terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Ponto de Vista

O estopim do Capitalismo e a morte da Ética Social



          Você certamente já ouviu alguém falar que dinheiro não compra a felicidade, não é verdade? Se você pensou que essa frase estava errada, você se enganou. Dinheiro compra sim felicidade e muito mais do que você pode imaginar. Pelo menos, é o que diz uma reportagem da Revista Veja da última semana de novembro (2012). Na reportagem de capa da revista estava escrito a seguinte frase: “ELA VENDEU A VIRGINDADE, será que estamos virando uma sociedade em que tudo se compra?” De acordo com a reportagem, a catarinense Ingrid Migliorini vendeu a virgindade por 1,6 milhões de reais. Pois bem, quando falamos em valores sociais, moral e ética, entramos num labirinto repleto de incógnitas para definir essas três palavras dentro de um contexto social e cultural: podemos passar dias analisando e pensando o que o capitalismo trouxe de benefício e/ou malefícios à sociedade e à cultura social dentro de seus parâmetros éticos. No entanto, muitos não sabem, mas ao que parece a nossa sociedade atual está saindo de uma “economia de mercado” para uma “sociedade de mercado” (VEJA – 19 novembro 2012). Infelizmente devo acreditar que isso esteja mesmo acontecendo, e eu naturalmente gostaria que fosse diferente. Voltando ao assunto da moça catarinense que vendeu sua virgindade, existem também hoje outros mercados financeiros riquíssimos e que poderão lucrar no futuro muito mais não só com a venda de virgindades como também com a morte de muitas pessoas: serão os mercados de venda de órgãos e os seguros de vida, citando apenas alguns exemplos. Acredite, existem empresas preparadas para comprar seu seguro de vida, e elas estão neste exato momento torcendo para você morrer o quanto antes, a não ser que você não tenha um seguro dessa natureza. Economistas americanos defendem que um mercado organizado de venda de órgãos trariam muitos benefícios, pois segundo eles, acabariam com o mercado negro de venda e tráfico de órgãos. Em cima desse parâmetro de raciocínio a venda de bebês também seria algo benéfico (é verdade, já estão querendo vender pessoas!), tanto para quem venderia a criança como para quem compraria, pois os pais da(s) criança(s) teriam nas mãos o futuro de seu filho, podendo dar-lhe um futuro melhor do que as condições financeiras de sua família atual. De acordo com a reportagem da revista Veja muitas famílias têm problemas econômicos e não teriam condições de criar seus filhos, por esse e outros motivos é que a venda dos bebês seria uma oportunidade das famílias sem condições ou estruturalmente equilibradas de dá à criança um futuro melhor. Por esses motivos e outros eu acredito que a Filosofia comportamental da sociedade está entrando em declínio, tentaríamos encontrar na nossa atual “sociedade de mercado” onde teria ficado os valores sociais e familiares – será que nós perderíamos nossa identidade sentimental e viveríamos em cima da calculadora? Será que o homem pode mesmo comprar tudo? Se hoje já podemos fabricar órgão num laboratório, comprar virgindades e talvez futuramente comprar uma pessoa, o que faltará para que nossa sociedade reconheça que os valores sociais já estão em declínio? Será que vale mesmo a pena investir tanto no capitalismo? Estou vendo o dia em que chegarei a uma loja e terá escrito na vitrine: “Vendemos namorados, maridos, crianças e amigos. Faça suas compras e ganhe um coração de brinde.” É triste, mas a moral, a ética e os valores sociais estão cada vez mais escassos, pois nossa sociedade desenvolvida e inteligente está jogando todos juntos pelo ralo.